27 de ago. de 2014

Crianças em Risco

Essa semana começou o curso de Crianças em Risco. É um curso incrível que trata diversos aspectos da importância e da necessidade de se trabalhar com crianças e adolescentes em situação de risco social. Além disso, o curso oferece ferramentas para que o trabalho se torne ainda mais sólido e eficaz.

A primeira semana nem acabou e já estou aqui ansiosa pra falar do assunto. Tô boquiaberta com a qualidade do conteúdo.

Se posso falar alguma coisa a meu próprio respeito, digo que, definitivamente, meu coração bate por crianças e adolescentes.

Pensar que eu alterei toda a minha trajetória de vida e futuro pra me jogar nessa loucura que é viver por eles. E quando digo viver... Quero dizer viver mesmo.
Como toda boa missionária, eu abri mão de uma carreira mega promissora no competitivo mercado de trabalho paulistano pra cuidar de filhos que não são meus. Crianças que me chamam de tia mas não são meus sobrinhos legítimos. Me chamam de "Fessora" mas nem são formalmente meus alunos.
E eu amo essas crianças. Já passaram tantas por mim.

 Em 7 anos... Já vi coisas de deixar o cabelo em pé. Já vi casos reais de abuso, de violência doméstica. Já acompanhei menina adolescente grávida de homem casado. Já aconselhei gente que queria se matar. Já ouvi mãe falando em matar filho. Já apartei muita briga, já ouvi muito xingamento, já fui ofendido, já fui roubada. Já voltei chorando pra casa. Já tive vontade de desistir. É... Nem tudo são flores.


Mas também já ganhei muito obrigado, muito abraço, muito beijo. Conheci meninas que correm atrás do futuro. Já recebi a gratidão de mães emocionadas, já trabalhei lado a lado com pessoas valorosas. Já vi meninos deixando de ser aviãozinho. Já vi criança fazendo escolhas certas. Já vi muita menina mudando de vida. Ganhei muito presentinho, muita cartinha. Já ouvi de muitas meninas dizendo: "Eu quero ser igual a tia Lú."

O que dizer diante disso?
Sempre penso que eu poderia estar até hoje em São Paulo, atrás de uma mesa, atendendo um ramal, usando roupas caras e frequentando lugares chiques.
Ao invés disso... Eu tenho uma salinha pequena, um armário abarrotado de material do projeto, 2 calças jeans, 1/2 dúzia de camisetão (esse é o meu look comunidade) e uma rasteirinha surrada que eu uso pra descer o morrão e ir para o projeto.


E vou falar... Não troco isso por nada. Não tenho salário, mas tenho muita satisfação e ainda por cima, colho os frutos do meu trabalho!
Deus tem um propósito na vida de cada criança... E eu escolho fazer minha parte para que esse propósito se cumpra.

Um comentário:

  1. Salve salve meu brother!!! Espero que esteja tudo bem por ai! Abração pra vocês!

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