Rodolpho, Luciana e Calebe: Fui pra Rua!

Sábado, 22 de junho de 2013, uma grande multidão vai as ruas de Belo Horizonte protestar... pelo que exatamente eu não consegui entender. Havia muitas bandeiras, muitos cartazes, muito gritos de guerra. E digo já, se você não é capaz de ler uma opinião diferente da sua sem se irar e sem querer me convencer de que eu estou errado e você está certo, 1º você não sabe o que é democracia, 2º nem continue lendo.

O cartaz que eu mais notei foi contra a (intitulada pela mídia) “Cura Gay”. O que me pergunto é: será que todos os que seguravam este cartaz sabem realmente do que se trata? Ou será que estes que se dizem não manipulados pela globo estão se deixando manipular nas áreas “mais legais”? (Foi só um questionamento para ver se vocês estão espertos...)

Outra coisa que notei bastante é sobre o fim da corrupção, causa obviamente nobre. Mas será que todos sabem mesmo o que é corrupção ou apenas estão bravos com aqueles que conseguem uma oportunidade de fazer isso em larga escala?

O povo realmente sabe o motivo de estar nas ruas ou estão simplesmente seguindo a grande massa que saiu do facebook? Estão realmente pensando no amanhã ou estão só brincando de serem revolucionários agora? (Falo de algo mais profundo, e não do superficial que todo mundo vê)

Sinceramente, estou cheio de questionamentos sobre a veracidade de tudo isso. Acho lindo um povo unido mostrando sua força, mas não digo que sou a favor da forma como está acontecendo. Vejo um movimento cheio de contradições e composto de uma maioria que não está realmente disposta a pagar o preço para ver um Brasil melhor.

Porque digo isso? É fácil ir pra rua num sábado a tarde, ou em algum outro dia que o Brasil todo para por causa do futebol, ou até mesmo em um dia depois do expediente de trabalho. É até divertido, mais parece um grande passeio onde pessoas se conhecem, relacionamentos começam, festejam a revolução, etc.

Quero ver a galera realmente se envolver com política, comparecer em audiências na câmara e cobrar mudanças de forma correta, e não apenas fazendo barulho e atrapalhando a coisa acontecer.

Mais ainda, quero ver toda essa galera bem vestida, que em sua maioria não sabe o que é passar dificuldade, se envolver em projetos sociais em comunidades carentes, que são os locais onde realmente se elegem os políticos. Todos dizem que o povo é “burro” que vende seu voto por quase nada. Mas deixam este povo aos cuidados daqueles que só querem os seus votos...

Corrupção não é uma coisa a ser combatida no governo, é uma coisa a ser combatida no coração do povo. O egoísmo e comodismo são resultados da corrupção impregnada no coração da grande massa, que querem subir na vida para satisfazer os próprios desejos, sem se importar com quem está por perto, quanto mais ao que está longe.

Indignado? Sim. Quero mudanças? Com certeza! Então qual é uma boa forma prática para isso? Ir pra rua? Já fui. Inclusive vou varias vezes por semana. Não deixo a minha parte na mão dos políticos!

Sinceramente, o resultado final de tudo isso serão medidas tomadas para acalmar a população, mas e depois?

Sou a favor do fim da corrupção sim. Sou a favor de melhorias em nosso Brasil. Também sou a favor do fim de tantos privilégios para políticos e suas impunidades. Mas não acredito que uma multidão saindo para as ruas e gritando cada um uma coisa diferente vai realmente transformar o Brasil.

Gritar contra a Copa agora? Onde estava todo esse povo quando colocaram o Brasil como candidato? Investigar os gastos indevidos sim, mas acabar com o negócio agora é jogar todo o dinheiro no lixo e aceitar que isso nunca vai ser investido em outro lugar.

Gritar fora Dilma? Quem vai assumir? Não é um presidente que faz uma nação corrupta, é uma máquina que vem funcionando a anos e que normalmente engole todos os que nela entram.

É ingenuidade pensar que passeatas vão mudar o país e querer levar isso até ver-se resultados concretos. Pode ser um começo de um longo processo. Um processo que deve ser feito no caráter de todos os brasileiros e cobrados por todos os brasileiros, não apenas do governo, mas uns dos outros.

É ingenuidade pensar que uma passeata de 100mil pessoas vai acabar bem. É hipocrisia gritar sem violência e tentar furar uma barreira policial. É covardia estar na linha de frente da manifestação junto com os baderneiros e acusar um policial pela borrachada que levou.

Um país não muda pelas mãos de um povo que sai em passeata, um país muda pelas mãos de um povo que trabalha para sua mudança. Há meios muito mais estratégicos para esta mudança, mas para isso é preciso parar e pensar, e não apenas sair seguindo a multidão.

O Gigante acordou... e o Brasil?

Rodolpho Bueno de Oliveira.

Alguns momentos da passeata:

Ponto alto.